Metalúrgicos denunciam perseguição e falta de segurança na Fiat

Trabalhadoras e trabalhadores metalúrgicos trancaram a BR-101, no município de Goiana, em Pernambuco, nas imediações do pólo automobilístico da Fiat Chrysler Automobiles (FCA)/Jeep, na manhã desta sexta-feira (27) em protesto. O ato também foi uma missa em memória de Vandson Milton da Silva, morto em acidente de trabalho na empresa no último dia 16. O Sindicato dos Metalúrgicos cobra justiça e segurança para os trabalhadores da Fiat.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco (Sindmetal), Henrique Gomes, conta que este ato é de extrema importância porque “´é uma simbologia conseguir parar uma grande montadora multinacional. Quando se fala a Jeep Fiat, é uma simbologia que poucos conseguem dentro do Brasil e no mundo. A gente conseguiu essa façanha aqui pela luta que o sindicato tem em prol de dos trabalhadores, principalmente nas condições que a gente vem, pedindo segurança em todo momento. A realidade é que temos uma grande tecnologia no polo automotivo, mas é uma tecnologia que vem nos matando.”, afirma.

Essa é a segunda morte do polo automotivo. Vandson Milton da Silva, de 23 anos, trabalhava na função de executor. Ele foi atingido por um contêiner que tem 5 metros de altura, e pesa  70kg. O equipamento tem a função de transportar os moldes para serem utilizados pela montagem. Na manhã, também foi celebrada uma missa pelo religioso Reginaldo Veloso, em memória do trabalhador. “O grito hoje é por justiça, para que as empresas cumpram com suas responsabilidades. Sem justiça não haverá nunca paz”, ressaltou  Reginaldo.

Além da morte de Vandson, o ato também denunciou as precarizações dos debates em torno da importância dos sindicatos nesses espaços trabalhistas e da dificuldade de diálogo com essas empresas. “É impossível uma empresa que tem 12.100 trabalhadores só termos três associados. Se os trabalhadores se associarem eles são demitidos em seguida. Temos que acabar com isso, temos que mostrar que nosso espaço não é de vandalismo, não é de briga, mas sim de luta para que seja bom para empresa, bom para o sindicato e melhor ainda para os trabalhadores. Não podemos ficar calados diante desta situação de ser uma empresa antissindical. Não pode se falar nada de sindicado dentro da empresa que o trabalhador é logo oprimido, assediado e demitido, na mesma hora”, argumenta Henrique Gomes.

Edição: Monyse Ravenna

 

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2018/04/27/metalurgicos-denunciam-perseguicao-e-falta-de-seguranca-na-fiat/

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