Temer avisa aliados que não há espaço para ‘concessões’ em reformas
Após mais de três horas de reunião no Palácio do Jaburu, o presidente Michel Temer disse a ministros e líderes da base aliada na Câmara que não haverá novas mudanças nos textos das reformas trabalhista e previdenciária. "Não há espaço para concessão", avisou o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
No encontro, foi traçada a estratégia final para votação das duas reformas. Segundo o líder da Maioria na Casa, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), Temer disse que o governo considera os relatórios como produto final das negociações. A ordem, explicou Lelo, é começar as conversas finais com as bancadas e captar o sentimento dos deputados. Na segunda-feira, 24, Temer se reunirá com os ministros com influência na Casa e pedirá para que eles entrem diretamente nas conversas com os deputados. O presidente também pedirá que os ministros não agendem mais reuniões com os parlamentares em horário de votações importantes na Câmara.
Além de Aguinaldo e Lelo, participaram da reunião no Jaburu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), os ministros Antonio Imbassahy (Governo), Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e Henrique Meirelles (Fazenda). Na ocasião, Meirelles fez uma apresentação sobre a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) e destacou que a economia brasileira já dá sinais positivos, mas que as reformas vão consolidar os avanços dos últimos meses.
Lelo explicou que a reunião foi para fazer um "ajuste de procedimentos", deixar claro que não haverá novas concessões nas propostas e envolver toda a base na reta final das votações das reformas. "Estamos no aquecimento da base. A base estava um pouco solta", disse o peemedebista.
A reforma trabalhista deve ser votada na terça-feira, 25, na comissão e ir para o plenário no dia seguinte. Não está descartada a possibilidade de o governo pedir que os partidos da base aliada fechem questão para garantir os 308 votos na reforma da Previdência.
(Fonte: O Estado de S. Paulo)