Plenária debate Trabalho, Emprego e Renda em Goiana

Com participação expressiva de lideranças sindicais, politicas, trabalhadores (as) e de convidados foi realizada no sábado (14/04), na Câmara de Vereadores de Goiana, a Plenária da Construção da Plataforma da Classe Trabalhadora em Pernambuco, com o tema “Trabalho, Emprego e Renda”. A mesa inicial foi composta com o presidente da CUT Pernambuco, Carlos Veras, a diretora regional do Dieese,Elna Melo do Diesse, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal-PE), Henrique Gomes, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo e o sindicalista Luiz  Lorenzon da FUP. Eles destacaram a importância do evento dentro da conjuntura política e econômica em que o País enfrenta no momento, com o corte de direitos dos trabalhadores (as) e convocaram os sindicatos, os movimentos sociais e os trabalhadores a se unirem em prol da construção da plataforma. 

A Plataforma da Classe Trabalhadora foi construída de forma coletiva e tem como objetivo contribuir nas mudanças no rumo do País e na relação de forma mais igualitária entre o capital e o trabalho.

Defender o projeto de Brasil com trabalho decente, educação de qualidade, reforma do sistema político, igualdade de oportunidades, políticas públicas de convivência com o semiárido, desenvolvimento sustentável com justiça social e distribuição de renda. Este é o anseio dos trabalhadores e trabalhadoras do Estado e do Brasil.

Logo depois, foi montada nova mesa para discutir o tema em tela, com o Diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz, a  secretária de Relações do Trabalho da  CUT Naconal, Graça Costa, o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) Paulo Caires. A saudação aos convidados foi feita pela vereadora do Recife, Marília Arraes.

O presidente Carlos Veras, reafirmou que mudar a correlação de forças, no que se refere à representação parlamentar, em âmbitos municipal, estadual e federal é de vital importância. "As forças reacionárias possuem o domínio em todas essas esferas, impondo uma agenda de retrocessos e de retirada de direitos, nunca vista antes na história da república”, enfatizou. 

Na opinião de Veras, as entidades sindicais, os movimentos sociais, as organizações populares e comunitárias devem participar na construção desse instrumento de debate social, através de propostas concretas que apontarão os caminhos para construção de um estado forte, economicamente ativo e com capacidade de promover as políticas públicas eficazes e necessárias para garantir a dignidade do povo pernambucano. " A construção de uma plataforma é um bom exercício para agendarmos as mudanças estruturais na economia", ressaltou.

De acordo coim Graça Costa, a pressão contra a esquerda irá continuar, bem como os movimentos sindical e social. Ela defendeu que a plataforma deve ter alguns focos, pois a reforma trabalhista arrebentou com direitos da classe trabalhadora. “O golpe de 2016 não é só contra a presidenta Dilma Rousseff, é uma expressão da luta de classe e que muita gente não entendeu. Precisamos de uma plataforma arrojada, diante do retrocesso na legislação. O golpe já tirou cerca de 12 milhões de pessoas do bolsa família, que já voltamos para o mapa da fome”, enfatizou. 

O diretor do Dieese, Clemente Ganz, comentou sobre a importância de concentrar o foco sobre a questão do emprego. “No mundo e no Brasil estão acontecendo algo que precisamos entender, pois as mudanças que estão fazendo são para mudar pelos próximos 100 anos.  A plataforma precisa estar atenta a isso. Cerca de  60% dos empregos atuais não existirão nos próximos dez anos. Assim, Pernambuco precisará de um projeto econômico para transformar a sociedade em sociedade inclusiva, indo em direção do salário mínimo do Dieese”, comentou.

Ganz pontuou, ainda, que a reforma trabalhista não veio para ir embora.  Eleger parlamentares federais do nosso campo político, visando mudar o padrão nas eleições, uma vez que com  este Congresso Nacional os ataques aos direitos aumentarão ainda mais. “Vamos lutar e construir uma estratégia forte, sobretudo, no cenário politico-democrático, somando forças  para não sermos aniquilados por algumas décadas”, frisou.

Segundo o presidente do Sindmetal-PE,  Henrique Gomes, o governo Temer quer acabar com a soberania nacional e apontou a necessidade de eleger  parlamentares que defendam os interesses da classe trabalhadora. Gomes ainda disse que as empresas que recebem isenções fiscais e benefícios deveriam estar atreladas a discussão com sindicatos e centrais. No entanto, promovem demissões e cortam direitos que prejudicam os trabalhadores.

O presidente da CNM, Paulo Caires, comentou sobre a luta constante para impedir práticas antissindicais das empresas, mesmo quando têm isenção, caso da FIAT em Goiana. “ É preciso distribuir flores para combater o ódio e levar muitos à reflexão”, assinalou.

Plataforma

Lançada oficialmente no dia 1º de maio, a Plataforma da CUT para as Eleições 2010 foi resultado de um ciclo de debates e reflexões, iniciado em 2005, para a conformação de uma estratégia mais articulada da CUT no enfrentamento dos grandes temas nacionais e do seu posicionamento diante da sociedade. Com a Plataforma lançada, a CUT e suas entidades orgânicas e filiadas promoveram seus valores para o maior número possível de pessoas, além de usá-la permanentemente como instrumento de pressão e cobrança sobre os candidatos e candidatas e, posteriormente, sobre os eleitos pelo voto popular.

A Plataforma da Classe Trabalhadora para as eleições de 2018 contém propostas e reivindicações para orientar as bases sindicais da CUT a escolher os melhores candidatos à Presidência da República, aos governos estaduais e ao Congresso Nacional. Esse documento será entregue aos candidatos e às candidatas a presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais.

 

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