Discurso uníssono de desobediência

A estratégia do PT, após a condenação em segunda instância, é pregar a “desobediência civil” à decisão do TRF-4, sob o argumento de que Lula foi condenado sem provas. O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) pregou a ocupação das ruas contra a condenação de Lula. “Não nos peçam passividade neste momento. Há uma ditadura de toga neste país. Não podemos mais dizer que vivemos numa democracia e agora só temos um caminho: a rebelião cidadã e a desobediência civil”, disse ele. “Vão fazer o quê? Prender o Lula? Vão ter de prender milhões de brasileiros antes”.

O mesmo tom foi usado pelo senador Humberto Costa (CE), líder da oposição no Senado. “A única maneira de barrarmos o golpe e garantir a candidatura de Lula é ir às ruas e partir para a desobediência civil.”

O presidente do PT paulista, Luiz Marinho, chegou a afirmar que Lula não será preso sob nenhuma hipótese. “A prisão pode ser o desejo de muita gente, mas não vão assistir isso”, disse o petista, que é pré-candidato do PT ao governo de São Paulo. “Se o Judiciário tirou as coisas dos eixos, o que vamos fazer? Ficar de braços cruzados? Estão querendo botar fogo no país. Depois não venham dizer que somos culpados.”

O deputado Wadih Damous (PT-RJ) comparou a decisão do TRF-4 ao fascismo. “Aquele julgamento de ontem (quarta-feira) é absolutamente coerente com o que acontece hoje no Brasil em que o sistema jurídico é o pilar do fascismo”.

Greves
O líder do Movimento dos Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, disse que a condenação de Lula não será aceita “de maneira nenhuma”. “Aqui vai um recado para a dona Polícia Federal e para o ‘seu’ Poder Judiciário: não pensem que vocês mandam no país. Não aceitaremos de forma nenhuma e impediremos que Lula seja preso. Esse é o nosso compromisso”.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, também estimulou a desobediência civil e o enfrentamento nas ruas como estratégias diante da decisão da Justiça. “Nós vamos enfrentar nas ruas e desobedecer a decisão do TRF-4”. 

Freitas disse que a CUT fará greves em bancos e no agronegócio. Afirmou, ainda, que se a Previdência for realmente colocada em votação em fevereiro, a central fará a “maior greve da sua história”. “O desempenho das empresas vai cair”. (Da Agência Estado)

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