Governo Temer e o conservadorismo popular (artigo)

Governo Temer e o conservadorismo popular
Por Marcos Marco Levay

Temer mudou a rota. A falta de votos para aprovar a impopular reforma da previdência levou Temer a assumir uma agenda popular, a segurança pública. Nesse novo campo de atuação, a população tende a ter uma posição mais conservadora e imediatista. Ou seja, repressão, repressão e repressão.

Politicamente, é preciso reconhecer que foi uma jogada de mestre: não expôs o governo a uma derrota no congresso, migrou a pauta do governo para as eleições e coloca na agenda um tema encarado pela população de modo conservador. Com esse tema busca alinhar a população ao governo. Além de colocar um abacaxi no colo da esquerda.

Segundo pesquisa IBOPE, 83% da população carioca apoia a intervenção militar. Uma outra pesquisa, essa feita pelo latinobarômetro, indica que 40% dos brasileiros não estão preocupados se o regime é uma ditadura, desde que estejam resolvidos os problemas econômicos.

Com a mudanca de rota, o governo Temer passou a dialogar com o conservadorismo popular do Brasil. Bolsonaro já demonstra preocupação, já que Temer agora tá ciscando em seu terreiro.

A batata tá assando e a esquerda precisa pensar uma resposta a altura. Do contrário, vai ficar fadada a relacionar a intervenção militar do Rio ao desfile da Tuiuti, à invasão na Venezuela ou à faixa da rocinha em apoio a Lula.

* Marco Levay é formado em economia e ex Educador da Escola de Formação Sindical Nordeste da CUT

Foto: www.viomundo.com.br

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